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Mundo das coisas, pessoas, palavras e imagens


O Diabo no Banco dos Réus (Suing the Devil)
EUA, 2011. De Timothy A. Chey. Com Malcolm Mcdowell e Bart Bronson.


Cotação: Ãª (regular)


Estava em uma banca de dvds, quando, “folheando” uma prateleira, deparei-me com um filme intitulado “O Diabo no Banco dos Réus”. Um título um tanto chamativo estrelando Malcolm MCdowell. Peguei o dvd e li rapidamente: definitivamente, não é o típico filme que se vê todos os dias. O preço barato e a curiosidade, além da trama um tanto inusitada, fizeram com que eu comprasse o filme – além do mais, comprei três filmes para minha sobrinha e um para meu sobrinho. Nada de mal em levar um pra mim e apostar na sorte.

O que se esperar de um filme em que um rapaz, chateado com várias coisas ruins que aconteceram na sua vida, resolve processar Satanás no tribunal, alegando ser ele a causa de todo o mal no mundo, e por isso pede uma indenização de US$ 8 trilhões? Mais ainda: o coisa-ruim, em pessoa, vem ao tribunal para se defender das acusações. Em carne e osso. Acompanhado de uma equipe de “advogados-do-diabo”, claro.

Assim, Satanás vai a júri popular, defender-se e dar sua versão dos fatos. É testemunha, é interrogado, submete-se a ordens da juíza, etc.

Enquanto no filme prevalece o inusitado, a brincadeira funciona. Satanás, interpretado por um divertidíssimo Malcolm Mcdowell, usa terno preto, óculos escuros e é um tanto fanfarrão, irônico e mundano. Seu comportamento no tribunal lembra o de figurões da política brasileira (qualquer semelhança será mera coincidência?).

Só que a diversão e originalidade aos poucos dão lugar a uma batalha entre o bem e o mal. Quando o filme passa a discutir religião, fé, Deus e outros assuntos com pretensa seriedade, escorrega na maionese. Não se sustenta tampouco como lição de vida. Mas há ótimos momentos de comédia, e são eles que fazem, enfim, fazem valer a produção.

Assistido em 19 de maio de 2012.
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Fim de semana assistindo Tarantino e Lars Von Trier


Certo final de semana, assisti a dois filmes: “Anticristo”, do dinamarquês Lars Von Trier, e “Bastardos Inglórios”, do norte-americano Quentin Tarantino. Os dois filmes foram lançados mais ou menos na mesma época. São filmes de diretores de estilos completamente diferentes, mas contemporâneos. De Lars Von Trier são, entre outros, “Ondas do destino”, “Dançando no Escuro”, “Dogville” e “Manderlay”. A Tarantino devem-se “Cães de Aluguel”, “Pulp Fiction”, “Jackie Brown” e “Kill Bill”.

Fato comum entre os dois é considerarem a si mesmos grandes cineastas, incomparáveis, ainda que declarações próprias ou de marketing tenham ou não essa real intenção. Quando de seu lançamento, “Kill Bill” foi alardeado como “o quarto filme de Quentin Tarantino”. Seria uma comparação ao genial Fellini e sua obra, que tem como um dos principais marcos “Fellini 8 ½” – que foi o oitavo filme da carreira do diretor italiano, contando-se um curta metragem que vale por meio? Ousou Tarantino, ou a produtora-distribuidora de “Kill Bill”, compará-lo a um dos grandes diretores de cinema, a ponto de numerar sua filmografia? Os filmes de Tarantino valem como a marca “Fellini”?

Já Lars Von Trier, no lançamento de “Anticristo” em Cannes, alardeou ser o melhor diretor do mundo, disse que fez o filme com apenas 50% de sua capacidade cerebral, sendo ele produzido durante uma fase sua de depressão ou pós-depressão. Ele foi direto, mas há dúvidas quanto à ironia despejada em sua declaração, tão excêntrico o diretor dinamarquês seja (ou talvez estivesse vivendo um momento de êxtase pós-depressivo). Não soou como James Cameron, que recebendo onze Oscar numa noite por “Titanic”, vangloriou-se bradando: “I’m the king of the world!”

As semelhanças param por aí. “Bastardos Inglórios” tem todos os elementos de seu roteirista-diretor: diálogos longos, envolventes e circundantes, que somente depois atingem seu clímax; uso a todo instante de referências cinematográficas, como forma de homenagear a sétima arte e a ela declarar sua paixão; cenas não contínuas, dividindo assim o filme em capítulos. No mais, o diretor mudou o cenário habitual de seus filmes: ao invés de tratar de assaltantes-gângsteres-matadores-de-aluguel, em tempo e espaço não tão relevantes, utilizou a invasão da França pelas tropas de Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial, como pano de fundo. O resultado soa um tanto distoante, como se alguma coisa estivesse fora do lugar, sem combinar. Ótimo em criar personagens e lhes dar memoráveis discursos, promover impagáveis diálogos, dessa vez Tarantino parece ter acertado apenas com o Cel. nazista Hans Landa (Christopher Waltz), o “caçador de judeus” – e em menor escala com a atriz alemã agindo contra Hitler, vivida pela bela Diane Kruger. A maioria do elenco parece perdida entre a misce-a-scène e homenagem ao cinema típicas do diretor, com a necessidade de incluir personagens naquele tempo e lugar. Tirando as duas exceções, os personagens soam toscos, o retrato histórico é tosco bem como as interpretações, pois seu “estilo” de escrever e filmar não combinou com a Segunda Guerra. Há um desalinho na história da resistência pouco ortodoxa de alguns franceses à invasão de seu país pela Alemanha. Quentin Tarantino pouco acrescentou à Segunda Guerra, cinematograficamente falando. Se alguém deu uma abordagem bem diferente do conflito, recentemente, esse foi Roberto Benigni, com “A Vida é Bela” (o filme que “roubou” o Oscar de “Central do Brasil”). Há ainda “A Queda! – As Últimas Horas de Hitler” e “Uma Mulher Contra Hitler”. No fim das contas, do “sexto filme de Quentin Tarantino” poderíamos esperar mais – notadamente da conclusão.

Lars Von Trier faz filmes violentos também, mas não como o colega. A violência não é explícita, mas visceral, vem das sensações que provocam na platéia a partir de histórias fortes de sofrimento, dor, abnegação, repulsa. Em “Anticristo” o diretor ousou mais que em qualquer outro de seus filmes. Conta a história de um casal que tenta lidar com a morte do filho pequeno. Tal como “Dançando no Escuro” ou “Dogville”, o que importa não é a história em si, mas até onde o diretor consegue levá-la e a maneira como conduz. Dê o mesmo roteiro a Lars Von Trier e a Steven Spielberg (o diretor-família queridinho de Hollywood): os resultados serão díspares. O primeiro é ousado; o outro, conservador.

“Anticristo” também é dividido em capítulos. A parte inicial é lindamente filmada, plástica e emocionalmente raríssima de se ver, ainda com toda sua ousadia. A câmera lenta, o sexo quase explícito, a trilha sonora sacra... Lembra, em parte, a cena de sexo do filme “Inverno de Sangue em Veneza”, dirigido no começo dos anos 70 por Nicholas Roeg.

A partir da morte do filho pequeno, num acidente, o casal vivido por Willem Dafoe e Charllote Gainsbourg muda-se para uma casa de campo na floresta, chamada de “Éden”. O marido, psicanalista, quer ajudar a esposa a lidar com a perda, para isso usando seus conhecimentos profissionais. Cada um lida de maneira distinta com a perda e, principalmente, com a culpa: o homem – racionalmente – e a mulher – irracionalmente? Passional demais? Contraditória? Não há como contar sobre o que acontece no filme sem estragar. O filme é todo carregado de simbolismos: não o entenda ao pé-da-letra. Tal como “Je Vous Salue, Marie”, de Jean-Luc Godard, “Anticristo” seria censurado no Brasil se lançado durante aquela época, da ditadura. Ambos os diretores são corajosos para expor seus pensamentos e a coragem e despudor são incompatíveis com regimes de exceção. Para expor o que pretende, Lars Von Trier utiliza mais a Simbologia e Psicanálise-psicologia, e Godard carrega na Filosofia. Esses dois são exemplos de filmes para ver e rever e, a cada nova leitura, captar novos e diferentes elementos. Definitivamente, “Anticristo” é mais uma obra-prima do Sr. Von Trier; um filme diferente do que o mercado tem a oferecer – ainda que Cannes o tenha recepcionado com vaias.

Cotação:
Bastardos Inglórios: ê (regular)
Anticristo: êêêê  (excelente)

São Luís, 02 de março de 2010.
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Billy Elliot (Billy Elliot)



Inglaterra, 2000. Direção: Stephen Daldry. Com Jamie Bell e Julie Walters. 110 min. Garoto de 11 anos filho de operário decide tornar-se bailarino.



Cotação: ÃªÃªÃª (ótimo)

Certos filmes têm como base  um personagem central dotado de um dom tão forte que, mesmo vivendo em um ambiente desfavorável ao desenvolvimento desse dom, consegue superar as dificuldades e, enfim, brilhar. São esses personagens como uma pérola dentro de uma ostra, perdida no meio do oceano. Quando um filme com tema assim é bem conduzido e, mais importante ainda, quando o ator cai como uma luva para o personagem, ele tem tudo para tornar-se uma “pérola cinematográfica” e destacar-se da amorfa massa de  filmes.


“Destacar-se da massa” ganha ainda mais destaque naqueles filmes cujos persongens centrais vivem nos ambientes massificados da atualidade, em que todo um conjunto de pessoas é visto como um único bloco de estudo para a maximização da audiência ou oferecimento deste ou daquele produto.


“Billy Elliot” é um desses filmes: conta-nos a história do personagem-título (interpretado por Jamie Bell), um garoto de 11 anos órfão de mãe que, tendo o pai e o irmão mais velho trabalhando como carvoeiros e vivendo com eles e mais a avó senil em um bairro operário da Inglaterra, descobre ter atração pelo balé. As circunstâncias indicavam que Billy seria mais um carvoeiro bruto e alienado; porém, ele decide aprender a dançar e sonha tornar-se bailarino. Daí vem a “jóia”: em um rincão pobre e machista, um garoto passa a cultivar o amor pelo balé. É assim que se dá o primeiro contato de Billy com o balé: ele e os garotos da região estão lutando boxe, em uma metade de um ginásio; as garotas, na outra metade, estão tendo aulas de balé com a Sra. Wilkinson (a atriz Julie Walters, indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante). Logo Billy passa a prestar mais atenção na dança que na luta e torna-se aluno da Sra. Wilkinson. Ela percebe no garoto o que nunca havia percebido em nenhum aluno seu e sugere que ele faça um teste na Escola Nacional de Balé da Inglaterra.


Mas a aproximação de Billy com o balé não será nem um pouco fácil. Ele mesmo, no início, reluta, com medo da reação das pessoas do bairro e do seu pai e irmão, já que todos vêem o balé como apenas uma atividade para homossexuais.


Pôde-se perceber que interpretar Billy não é tarefa fácil. Mas Jamie Bell dá um show. Seu Billy Elliot não deixa de nos convencer em nenhum momento, alternando alegria, medo, desespero e descobertas, e também horas em que exercita seu dom e horas em que é apenas mais um garoto de família pobre.


Ficam também elogios à trilha sonora do filme e à combinação de um bom roteiro com uma direção inteligente. O roteiro, principalmente pela honestidade, espontaneidade e intimidade (às vezes desagradável, diga-se) com que aborda os assuntos, e a direção pela beleza dos enquadramentos, da fotografia e das imagens e por criar no espectador a partir daquela intimidade uma torcida para que as coisa dêem certo para Billy e os demais personagens.


Enfim, vemos que Billy fica em uma situação muito complicada para alguém tão jovem. Qualquer decisão a ser tomada há de ser traumatizante, porque ela está entre renegar a vida que seu pai e irmão lhe conseguem dar com tanto esforço e entre arriscar o que não é adequado para um menino de sua classe social, isto é, arriscar o que “não é para o seu bico”. Por maior que seja o dom de alguém, ele não deve ser sufocado enquanto ainda se é jovem. É essa a mensagem principal do filme: a fase até o início da juventude é uma época de insegurança e dependência, porque por mais que uma criança lute, ela precisa de apoio. É só com apoio e ajuda que aquela avezinha há pouco saída do ovo é capaz de tornar-se um imponente pavão. O dom é verdadeiro e o pavão, meus caros, podem acreditar, vence.



Assistido em 31/05/2001, no Cinema Praia Grande.
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O 6º dia (The 6th Day)


EUA, 2000. Direção: Roger Spottiswoode. Com Arnold Schwarzenegger. 124 min. Pai de família chega em casa e encontra um clone em seu lugar.


Cotação: ÃªÃª (Bom)

“O 6º Dia” tem um começo bastante promissor. Em ordem cronológica, o início do filme aborda a evolução da clonagem, indo desde a ovelha Dolly e a decifração do código genético humano (acontecimentos reais), até premissas futuras e perfeitamente plausíveis, como a clonagem de animais de estimação e a polêmica em torno da permissão ou proibição da clonagem de seres humanos, sem ainda se esquecer de protestos de grupos contra a prática e  da perspectiva religiosa (“no 6º dia, Deus criou o homem à sua imagem e semelhança”).

Mas logo se percebe que toda essa, digamos, “seriedade”, vai ficando em segundo plano com o passar do filme. Direção e roteiro parecem se preocupar mais em mostrar os avanços tecnológicos de um futuro próximo que o próprio instituto da clonagem e algumas de suas implicações. Antes de mais nada, este é um filme de ação: Hollywood não perde tempo em captar recentes acontecimentos para transformá-los em caríssimos shows de efeitos especiais e cachês milionários, ocorrendo em seus executivos que cinema é apenas mais um nicho para se ganhar dinheiro, desta vez voltado ao entretenimento.

Arnold Schwarzenegger é Adam Gibson, pai de família à moda antiga (diga-se, relutante em mudar sua concepção sobre o milagre da vida humana e o seu ciclo natural), que ganha a vida transportando turistas até áreas elevadas. Dividido entre permitir ou não que o animal de estimação da filha seja clonado por uma empresa chamada “RePet”, Adam pega mais um dia de batente, no dia de seu aniversário. Ao voltar para casa, encontra um clone em seu lugar e passa a ser alvo de assassinos.

Por trás desse susto na vida de Adam está uma Megacorporação voltada ao mercado da clonagem de animais, órgãos e, clandestinamente, de seres humanos, controlada por Michael Drucker (Tony Goldwin),  que tem no Dr. Graham Weir (Robert Duvall) um de seus sócios. Robert Duvall é, por sinal, o único destaque do elenco, em contraste com Schwarzenegger, Goldwin e o elenco coadjuvante, que são fracos. O drama vivido por seu personagem e sua esposa é o único que consegue transmitir ao público uma  sensação do impacto da clonagem sobre o interior das pessoas. Mas isso se deve em graças às atuações do veterano e da atriz que o acompanha.

O roteiro tem furos absurdos, e a direção é irregular. Adam Gibson, por exemplo, que tanto defende o valor da vida ao ser contra a clonagem de animais num Estados Unidos que majoritariamente a defende, mata sem um mínimo de ressentimento ou mesmo consciência do que é fazer isso; os figurantes ajudantes do vilão desaparecem de uma hora para outra (na verdade, quando ele mais deles precisa), para em seguida reaparecerem inutilmente; o encontro entre Adam Gibson e seu clone é de uma superficialidade assombrosa. As cenas de ação nem são muito bem dirigidas assim.

No fim das contas, Prevalecem o maniqueísta e o medíocre, originando mais um filme como tantos outros lançados anualmente nos Estados Unidos. O final, que opta por uma solução fácil, resume o que o filme foi. O início, o que ele poderia ter sido. Mas, como este é um filme estrelado por Schwarzenegger e dirigido por Spottswoode, em uma época em que quem dita as coisas no mundo é o Tio Sam, a conclusão que tiramos é que outra coisa não seria prudente esperar.


Assistido em 07/01/2001, no Cinema Colossal.

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Um rapaz formado em Direito, estudante de História, que trabalha em banco e escreve livros de RPG".

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