• Filmes
  • Poemas e Crônicas
  • Livros
    • Category
    • Category
    • Category
Tecnologia do Blogger.
facebook twitter instagram pinterest bloglovin Email

Mundo das coisas, pessoas, palavras e imagens


C.R.A.Z.Y.  – Loucos de Amor (C.R.A.Z.Y.). Canadá, 2005. Direção: Jean-Marc Vallée. Com Michel Côté, Marc-André Grondin e Danielle Proulx.

Neste filme canadense, temos a história de uma família formada por pai, mãe e cinco irmãos (todos homens) ao longo de 20 anos. Porém, o diretor se detém é na relação entre o pai, Gervais Beaulieu (Michel Côté, ótimo ator) e o quarto dos cinco, Zachary, talvez o mais especial deles. Mais ainda, Jean-Marc Vallée detém-se na dificuldade do pai em aceitar a homossexualidade do filho, que tanto distancia os dois.
Em Québec, Canadá, do início dos anos 60 até os anos 80, vemos Zac crescer e os altos e baixos da sua relação com seu pai. Os personagens são caracterizados conforme a época e o lugar em que viviam, a meu ver excessivamente. A caracterização marcante do tempo e lugar em que se passa a história, com suas músicas, figurinos, cortes de cabelo e até carros e casas típicos deixam-na menos universal. O amor de um pai pelos filhos e de um filho, em particular, por seu pai, é atemporal e universal. Mas aqui deu-se muita importância ao espaço-tempo (american way of life e características marcantes dos anos 70, como a música explosiva, a maconha, o movimento punk...), o que diluiu o centro de interesse do filme. A delimitação do espaço-tempo talvez advenha do fato da obra ser claramente autobiográfica.
Ponto positivo de “C.R.A.Z.Y.” é mostrar como, numa família, aquelas crianças unidas em torno do pai e da mãe vão, aos poucos, ganhando asas e alçando vôo próprio, normalmente cada um para uma direção diferente. Aí reside boa parte da beleza do filme.

Cotação: êê (bom)

Share
Tweet
Pin
Share
3 comentários

O Discreto Charme da Burguesia (Le Charme Discret de la Bourgeoisie). Espanha/França/Itália, 1972. Direção: Luís Buñuel. Com Fernando Rey, Julien Bertheau e Stéphane Audran.

Três características são fundamentais na obra do diretor espanhol Luís Buñuel: a crítica à burguesia e ao clero e o surrealismo. Em “O Discreto...” temos esses três elementos bem delineados. Na história, três casais – burgueses – tentam jantar juntos, mas nunca conseguem pelos mais diversos contratempos.
O diretor prega muitas peças no espectador, quando mistura o que é real com os sonhos e devaneios dos personagens. Quando você pensa que determinada cena do filme é real, na verdade ela não passa de um sonho; ao mesmo tempo, algumas situações reais são tão absurdas que só podem ter saído de um sonho. Onde já se viu, por exemplo, você ir jantar num restaurante e descobrir que, próximo à mesa, o finado proprietário do estabelecimento está sendo velado?
Em outros momentos o trote do diretor está em tentar matar o espectador de curiosidade. Exemplo: numa cena, uma das personagens, antes de se deitar com seu amante, pede para que ele apague a luz, para que não veja seus problemas de pele pois, se os visse, correria apavorado. O diretor só nos dá essa informação. Ficamos sem saber qual o problema dermatológico da personagem e, pior ainda, não conseguimos ver como está sua pele. Claro, sob a pele da madame, um delicado vestido e luvas, e a informação de que as suas mãos já estão curadas. Mas só. Outro exemplo ocorre quando os personagens dizem algo importante, mas o som do trânsito ou de um avião faz com que não possamos ouví-los.
O título da obra é bem apropriado. A burguesia, alvo favorito do cineasta, tem seus representantes postos em situações ridículas, evidenciando a hipocrisia e as sutilezas do mundo burguês. São muitas as cenas impagáveis. O elenco é excelente e captou o espírito crítico com naturalidade. Uma ótima e refinada comédia, premiada com o Oscar de melhor filme estrangeiro.

Cotação: êêêê (excelente)

Share
Tweet
Pin
Share
1 comentários


Para complementar um pouquinho sobre o filme “Amores Imaginários”, algo que escrevi tem uns 5 anos...


MAIS PERGUNTAS SEM RESPOSTAS...

Por que gostamos de uma pessoa
Mesmo sabendo que não somos
Correspondidos?
Por que aqueles que gostam de nós
É que muitas vezes não são
Correspondidos?
Se o nosso coração trabalha
pelo avesso
E não conserta
Pra que tantos amores
Desmedidos?
A ciranda parece até uma brincadeira
Mas não é porque dela saímos
Destemidos
Ou
Desiludidos.


Mathias Nelson Faria dos Reis


Share
Tweet
Pin
Share
2 comentários


Amores Imagináriois (Lers Amours Imaginaires). Canadá, 2010. De Xavier Dolan. Com Monia Chokri, Niels Schneider e Xavier Dolan. Dois amigos, Francis e Marie, se apaixonam pelo mesmo cara: Nicolas.


Música, cor e câmera lenta ajudam a transportar a outro domínio


Se “Amores Imaginários” pode ser resumido, é na sua frase inicial: “A única verdade é o amor para além da razão” (Alfred de Musset).

Também, nos depoimentos que se seguem: jovens contam, em tom de falso documentário, situações e idéias sobre relacionamentos – ou relacionamentos que não aconteceram. Chovem pensamentos sobre amor, namoro, “fica”, sexo, todos eles abordados de forma aberta por uma geração que explora os limites do relacionamento a dois.

Tais depoimentos continuam intercalados no decorrer do filme, misturando pessoas alheias que, no fim das contas, passam pelas mesmas peças que o amor prega a nós e aos três personagens principais do filme. Os personagens, tal como eles, são gente de carne e osso, cujos sentimentos e intimidade são intensamente explorados e que revelam, cada um, um pouco das angústias e ansiedades de uma juventude que quer amar, curtir e se expor. Marie, Francis e Nicolas podiam muito bem contar o que vivenciaram através daqueles depoimentos. Ou um daqueles depoimentos poderia transformar-se em longa-metragem.

Certamente o espectador se identificará com situações vividas pelos personagens, a ponto de exclamar: foi exatamente isso que aconteceu comigo! Claro que esse efeito não se dará sobre todos, mas dificilmente alguém ficará inerte ao que vê. Méritos ao roteirista, diretor e ator canadense Xavier Dolan, que fez o filme quando tinha apenas 21 anos. Seu filme é tão sensível que só pode ter sido feito por alguém que, imagino, vivenciou muitas experiências afetivas, e nunca por, digamos, um diretor contratato por um estúdio de Hollywood para dirigir uma produção comprometida, precipuamente, com o lucro.

Como explicar o amor, a paixão? Como escreveu Alfred de Musset, isso não é possível; pois o amor está para além da razão. Só depois que você “cai na real” ou “volta à Terra” – isto é, volta para o mundo da razão, que está para além do mundo do amor – você percebe que, durante tanto tempo, agiu como bobo, sem lógica; que você foi idiota e só depois se deu conta. Coisas do amor. Culpa dele. É preciso sensibilidade para discorrer sobre isso, coisa que parece não faltar a Dolan. Ao contar a história de Francis (o próprio Dolan) e Marie (Monia Chokri) - dois amigos inseparáveis, ele gay, ela hetero – que se vêem apaixonados pelo mesmo rapaz, ele nos ensina um monte de coisas. Ou melhor, nos faz perceber coisas, como, por exemplo, de que “alguém que você coloca num pedestal está sempre certo”.

“Amores Imaginários”, em sua perspectiva, lembra “Closer – Perto Demais” (2004), dirigido por Mike Nichols e com Julia Roberts, Clive Owen, Natalie Portman e Jude Law no elenco. Ambos mostram um tanto sobre relacionamento entre pessoas, focando na intimidade, com personagens e situações com as quais o espectador se integre e se identifique. Só que “Closer” mira um público mais velho, na casa dos trinta e poucos anos.

Vejo que o jovem diretor tem muito de Woody Allen quanto à pessoalidade de seu filme. Os dois têm facilidade para dialogar com as pessoas a que se propõe, pela franqueza, inteligência e sensibilidade com que se expressam. Em  nenhum momento “Amores...” se torna vulgar: ele é, antes de tudo, poético.

Da valorização da expressão dos sentimentos que voltou à tona na sociedade ocidental principalmente a partir dos anos 50, Dolan aproveitou a trilha sonora, as cores e a câmera lenta na composição de sua obra-prima. Entre as músicas escolhidas a dedo inclui-se, por exemplo, uma canção da cantora franco-egípcia Dálida, que teve uma vida pessoal um tanto passional. As cores do figurino e dos cenários realçam tanto as estações do ano em Québec quanto o interior dos personagens. O uso constante da câmera lenta, junto com boa música e lindas cores, e planos entrecortados, aumentam a profundidade das sensações dos personagens. E nos aproximam perigosamente deles; conhecemos sua intimidade. Logo percebemos, por exemplo, que Francis é bastante sensível e Marie individualista; mas ambos inseguros. E Nicolas... bem... Marie sabe como defini-lo muito bem.

Bom... sobre o amor... sua história sempre se repete... será que é porque não conseguimos colocar o raciocínio acima dos nossos mais francos sentimentos?

O final do filme é aberto e ele não poderia terminar de melhor forma.


Cotação: êêêê (excelente)

Share
Tweet
Pin
Share
3 comentários
Newer Posts
Older Posts

Sobre mim:

About Me

Um rapaz formado em Direito, estudante de História, que trabalha em banco e escreve livros de RPG".

Follow Us

  • facebook
  • twitter
  • instagram
  • Google+
  • pinterest
  • youtube

Postagens recentes

Facebook

Arquivos do blog

  • dezembro 2017 (3)
  • novembro 2017 (7)
  • outubro 2017 (5)
  • setembro 2017 (3)
  • agosto 2017 (9)
  • julho 2017 (7)
  • junho 2017 (9)
  • maio 2017 (8)
  • abril 2017 (5)
  • fevereiro 2017 (2)
  • janeiro 2017 (2)
  • dezembro 2016 (1)
  • novembro 2016 (2)
  • setembro 2016 (9)
  • agosto 2016 (6)
  • junho 2016 (1)
  • maio 2016 (1)
  • abril 2016 (3)
  • março 2016 (3)
  • fevereiro 2016 (3)
  • janeiro 2016 (2)
  • outubro 2015 (3)
  • setembro 2015 (4)
  • julho 2015 (5)
  • junho 2015 (1)
  • maio 2015 (1)
  • abril 2015 (1)
  • março 2015 (5)
  • fevereiro 2015 (1)
  • janeiro 2015 (4)
  • dezembro 2014 (2)
  • novembro 2014 (2)
  • outubro 2014 (3)
  • setembro 2014 (1)
  • agosto 2014 (1)
  • maio 2014 (1)
  • março 2014 (1)
  • fevereiro 2014 (2)
  • janeiro 2014 (3)
  • novembro 2013 (1)
  • setembro 2013 (1)
  • agosto 2013 (3)
  • julho 2013 (5)
  • junho 2013 (2)
  • abril 2013 (4)
  • março 2013 (1)
  • fevereiro 2013 (2)
  • janeiro 2013 (4)
  • dezembro 2012 (3)
  • novembro 2012 (4)
  • outubro 2012 (4)
  • agosto 2012 (4)
  • julho 2012 (2)
  • junho 2012 (4)
  • maio 2012 (4)
  • abril 2012 (1)
  • março 2012 (2)
  • janeiro 2012 (6)

Created with by ThemeXpose | Distributed by Blogger Templates