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Mundo das coisas, pessoas, palavras e imagens



Quatro Luas (Cuatro Lunas). México, 2014. De Sergio Tovar Velarde. Com Antonio Velázquez, Alejandro de La Madrid, Cesar Ramos, Gustavo Egelhaaf e Alonso Echánove. Quatro histórias paralelas relacionando a homossexualidade com as fases da lua.

A cada história corresponde uma fase da lua: nova, crescente, cheia e minguante.


Na lua nova temos um menino de 10 anos que descobre gostar do primo; na crescente, dois amigos de infância que se reencontram; na cheia, dois homens casados há dez anos em crise de relacionamento; já na minguante temos um idoso obcecado por um garoto de programa.
As histórias são bem simples e não são originais. Mas são ternas, seus clichês compensados pela leveza e compreensão com que os personagens são tratados — o que não implica excluir cenas de nudez e sexo.
O filme flui naturalmente, sem levantar bandeiras, sem fazer julgamentos e sem ser gratuito, vulgar (ainda que muitas vezes as situações retratadas sejam desconcertantes). Isso dependerá do olhar, e outra qualidade de "Quatro Luas" é trabalhar muito bem olhar com alteridade, que é você se colocar na situação do outro.
Apesar das histórias terem temática GLS masculinas, "Quatro Luas" é um filme pra todo tipo de público.

Cotação: êêê (ótimo)
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O Estranho Poder de Matar (The Shout). Reino Unido, 1978. De Jerzy Skolimowski. Com Alan Bates, John Hurt e Susannah York. Homem conta sua história, na qual aprendeu a matar pessoas com um grito.


Alan Bates faz o paciente de clínica psiquiátrica que aprendeu muitos dons vivendo entre aborígenes australianos, entre os quais o de matar as pessoas com um grito.
O filme ganhou o Grande Prêmio do Júri em Cannes, em 1978, o que é incrível, quando consideramos sua história mal contada e seu pedantismo. As idas e vindas do roteiro, misturando presente, passado e recém-acontecido, ressaltam sua intenções obscuras, difíceis de acompanhar.
A história, em si, não ajuda. Se passa durante um jogo de críquete numa clínica psiquiátrica inglesa, quando o personagem de Bates conta sua história a um colega. "O Estranho..." seria uma boa indicação se o subliminar fosse bem acompanhado pelo explícito. Porque, como se apresenta, não desce.




Cotação: Ä (ruim)
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Trumbo — Lista Negra (Trumbo). EUA, 2015. De Jay Roach. Com Bryan Cranston, Diane Lane e Helen Mirren. Durante a "caça às bruxas" em Hollywood, nos anos 40-50, o roteirista Dalton Trumbo é preso por ser comunista e tem seu nome colocado numa lista negra, que boicota seus roteiros. 124 min.


Filme é o "Z" Hollywoodiano




No fim dos anos 40 e início dos anos 50 a Guerra Fria estava em seu auge. Os Estados Unidos, preocupados com a ameaça comunista soviética, viveram um dos períodos mais controvertidos da sua história. O país da liberdade e das oportunidades rompeu sua escrita histórica e passou a perseguir pessoas por delitos de opinião e pensamento. Em Hollywood, vários profissionais, entre produtores, diretores, roteiristas e atores foram perseguidos, impedidos de trabalhar, chantageados e presos; bastava não apoiarem o Comitê de Atividades Antiamericanas.

Dalton Trumbo (1905-1976) não foi a única vítima, foi apenas um dos mais conhecidos e prejudicados. Não esqueçamos Charles Chaplin, nascido na Inglaterra e "convidado" a se retirar dos Estados Unidos — depois de tudo o que fez pelo cinema americano — por simpatizar com o comunismo. Não esqueçamos tantos outros, cujas vidas e carreiras foram prejudicadas ou interrompidas por um retrocesso no país símbolo das liberdades; uma vergonha comparável, unicamente, à segregação racial em voga na mesma época em vários estados sulistas.

Após prestar depoimento no congresso, que investigava atividades antiamericanas — comunistas, em resumo — Trumbo vai preso.







Mas Dalton Trumbo não adotou o discurso revolucionário tradicional, não caiu na armadilha de "tentar a Revolução" na América. O que fez foi continuar fazendo aquilo que lhe tinham proibido: escrever. Essa foi a forma que encontrou de resistir. Ele assinou vários roteiros através de pseudônimos, ajudou vários colegas da lista negra a trabalhar na clandestinidade, escrevendo roteiros para produtores de filmes B — filmes não necessariamente vinculados a mensagens comunistas, subversivas. Em 1954, ganhou — mas não levou, pois não teve seu nome nos créditos — o Oscar de "Melhor Roteiro - História para Cinema" por "A Princesa e o Plebeu"; em 1957 o mesmo aconteceu na categoria "Melhor Roteiro e História" por "Arenas Sangrentas".

Trumbo é retratado como um homem comum, não é sobre-humano, gênio inatingível, redutível a ideais metafísicos. Fez o que pôde para contornar a situação. Sua conduta foi prática, em sua luta pela liberdade de expressão e pelo fim da lista negra de Hollywood.

O filme, aliás, mostra bem isso na relação familiar de Trumbo com sua esposa e filhos. Eles levam uma vida normal, dentro do possível. Destaca-se a relação dele com sua filha mais velha, que se percebe muito parecida com o pai.

A direção discreta e conservadora e o excelente elenco (Bryan Cranston foi indicado ao Oscar de melhor ator interpretando Trumbo) ajudam a sintonizar o lado profissional com o familiar do personagem. Em certo momento o clichê funciona: Trumbo, que tanto luta contra a opressão, percebe-se opressor dentro do seu lar. Enfim, ambos os contextos são inseparáveis, como podemos perceber no discurso final.

Mas o filme e seu personagem não caem no lugar fácil do comunismo revolucionário. É antes um libelo a favor da tolerância e contra qualquer tipo de preconceito, opressão. Uma defesa dos fracos, contra os fortes; apologia da tolerância, do poder de convencer o outro de que está errado. Tudo isso, aliás, está bem presente nos trabalhos de Trumbo. Se ser assim é ser de esquerda, o personagem e o homem real o foram integralmente.

À moda de Hollywood, Trumbo fez a política dita esquerdista, dentro do que era possível; daí a comparação com "Z" (1969), de Costa-Gavras, o filme político por excelência.


Cotação: êêê (ótimo)


Importante conferir a carreira de Dalton Trumbo: além do dito no filme, assinou os roteiros de "O Homem de Kiev" (1968), "Pappilon" (1973) e dirigiu a obra-prima "Johnny Vai à Guerra" (1971). Obras que retratam lutas de pessoas contra um sistema, um conjunto que os oprimia, mas sem cair no discurso fácil.




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Um rapaz formado em Direito, estudante de História, que trabalha em banco e escreve livros de RPG".

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