Crítica de filme - Círculo de Fogo (Pacific Rim)


Círculo de Fogo  (Pacific Rim). EUA, 2013. De Guillermo del Toro. Com Idris Elba e Charlie Hunnam.


Filme reflete fetiche por lutas entre robôs e monstros gigantes.


Em “Círculo de Fogo”, uma fenda se abre no fundo do Oceano Pacífico, trazendo ao planeta monstros gigantes (chamados kaijus) que logo atacam as cidades, aterrorizando as pessoas. Para enfrentar a ameaça, os países constroem robôs gigantes, pilotados por duas ou três pessoas.

Enfim, é disso que trata o filme: lutas entre monstros e robôs gigantes, com muita destruição de cenário. Quem nunca ouviu falar das várias versões -- japonesas -- de Godzilla, do jogo de videogame “King of the Monsters” ou dos seriados japoneses “Jaspion”, “Changeman”, ou ainda do pré-histórico “Ultraman”?

Pois é, a diferença a favor entre “Círculo...” e todos os anteriores é a qualidade dos seus efeitos especiais.

Esses filmes, games e seriados tiveram sua época, e marcaram-na. Tornaram-se cult. Quem viveu sua infância e juventude nos anos 70 e 80 entende o que digo. Nos anos 70, deve ter visto Ultraman, e da metade dos 80 em diante, deve ter curtido Jaspion, Changeman, Flashman, etc. Não digo aqui que tais programas de TV eram bons; que se você revê-los aos 30 anos gostará do mesmo jeito que quando tinha 13. O provável é que pense: “puxa, como pude gostar tanto disso?”

A questão é: eles imprimiram sua “marca”. Ficaram registrados na memória de uma geração. Daí eu pergunto: “Círculo de Fogo” o fará? Creio que não. Apesar dos efeitos especiais de primeira, a história humana, por trás deles, é boba, infantil. Nenhum personagem – seja humano, monstro ou robô - é desenvolvido a ponto de demonstrarmos afeição. Os conflitos dos mocinhos soam forçados, com um elenco principal que não ajuda. Pra piorar, o final do filme deixou a desejar.


Cotação: êê (bom)


Obs.: Guillermo del Toro dirigiu filmes comerciais, um deles bom (“Mutação”, com Mira Sorvino), outros regulares (como “Hellboy”). Mas se destacou através de obras mais pessoais, ambas passadas durante a Guerra Civil Espanhola. São elas “A Espinha do Diabo” e “O Labirinto do Fauno”.

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