Crítica de filme - Até Que a Sorte Nos Separe 3: A Falência Final
Até
Que a Sorte Nos Separe 3: A Falência Final. Brasil, 2015. De Roberto Santucci. Com Leandro
Hassun e Camila Morgado. O ex-pobre e ex-rico Tino é atropelado pelo filho do
homem mais rico do Brasil e vê sua sorte mudar. 106 min.
Bom, o que dizer da segunda continuação dessa
comédia da Globo Filmes? Dizer que é ruim é fácil, porém não explica sua
ruindade, principalmente para quem não assistiu.
Dessa vez, Faustino (Leandro Hassun) é atropelado
pelo filho do nada mais nada menos homem mais rico do Brasil - Rique Morelli
(Leonardo Franco). Rique é casado com Luma (ops, Malu) e dono da empresa KHx. O
atropelamento e o envolvimento entre as famílias pobre e bilionária é a chance
de Faustino voltar a ser rico.
À parte a idéia desgastada, as piadas são do nível
de um "Zorra Total" e nenhuma das interpretações é levada a sério. Além
disso, é cinema que não vive sem a TV, que não se vê desligado desta: a
aparição dos globais Luciano Huck e André Marques num programa de TV, logo no
começo, já denuncia. E a pobreza dos enquadramentos e cenários ao longo da
projeção confirma.
A história é tão frágil/tosca/desarrumada que envolve
piadas com a presidente, bonecos amaldiçoados, tiques nervosos, etc. É como se
fossem esquetes de um programa ruim de humor, que pega fatos do Brasil atual e os
joga para fazer rir. Pode até fazer rir, mas mesmo espectadores não muito
exigentes perceberão que é riso fácil e passageiro.
Num filme em que nada sai do malfeito o pior são os
momentos em que quer ser sério. Em determinada hora, o personagem de Daniel
Filho brinda-nos com uma lição de moral ao dizer que o país está no buraco,
depois de muito trabalho de sua geração, por conta de pobres que são
preguiçosos e não querem trabalhar e de uma elite de empresários que gosta de
ganhar dinheiro fácil, especulativo. Precisava? Não, não precisava. Ainda mais
vindo de Daniel Filho, um grande nome da televisão e cinema nacionais.
Assim, quando o filme quer ser sério ou romântico -
mostrar que tem qualidade e fugir da sua origem - fica ainda pior.
Definitivamente, "Até Que a Sorte Nos Separe 3"
é cinema, cinema-TV, muito diferente da arte que consagrou Fellini, Scolla,
Chaplin, Herzog e tantos outros.
Cotação:
Ä (ruim)
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