Críticas-pílula: A Classe Operária Vai ao Paraíso




A Classe Operária Vai ao Paráiso (La Classe Operaia Va in Paradiso). Itália, 1971. De Elio Petri. Com Gian Maria Volonté e Mariangela Melato.



Volonté faz o operário-padrão que passa a ser influenciado por idéias comunistas e pelo sindicato, dentro de uma fábrica. O roteiro é bem inteligente em misturar o impasse entre os ideólogos revolucionários que não precisam trabalhar (hoje chamados de revolucionários de sofá) e os trabalhadores que labutam e produzem riqueza, divididos entre a luta de classe e a necessidade de ganhar a vida. Mas não se engane: trata-se de uma comédia.

O diretor é muito inteligente em usar e abusar da "finesse" do operariado, cheia de palavrões e despida de sutileza. Exemplo é o personagem principal, o operário Lulu, que está sempre gritando, falando alto, muito bem interpretado por Gian Maria Volonté que dois anos depois interpretaria Giordano Bruno. Como nos filmes de Fellini, "A Classe..." mistura sonhos, infidelidade e anarquia. Ótima pedida para ver como era o operariado do período, que poucos anos depois desaparecia no ocidente, dando lugar a máquinas, profissionais do setor terciário e servidores públicos.

Brilhante a trilha sonora de Ennio Morriconne, que imita os sons de uma fábrica cortados por breves momentos lúdicos.

Segue a trilha do compositor Ennio Morriconne feita para o filme, em orquestra conduzida por ele mesmo.



Cotação: (ótimo)

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