Críticas-pílula: Cobra Verde
Cobra Verde (Idem) Alemanha, 1987. De Werner Herzog. Com Klaus
Kinski.
Gênero:
Aventura / Drama / Histórico
Werner
Herzog fez vários filmes "étnicos", em que busca a partir da sua
cultura o estranhamento e maravilhoso com outras bem diferentes. No caso de
"Cobra Verde", a maior parte da história se passa na África
Ocidental, século XIX, quando o personagem de Kinski para lá vai negociar
escravos. Nesse continente o espectador verá danças, cantos, rituais, reis,
mulheres-guerreiras e tráfico negreiro, e um Kinski à beira do colapso nervoso.
O
problema de "Cobra Verde" é que o sentimento de maravilhamento com
outra cultura domina o filme, reduzindo sua narrativa a um fiapo. Esse
maravilhamento começa com o garimpo, passa para a produção de açúcar usando
mão-de-obra escrava no Brasil e transpõe o Atlântico, para um reino no Golfo da
Guiné. Uma pena, pois, que a narrativa tenha sido relegada ao segundo plano por
Herzog; senão, poderíamos ter uma obra-prima do vigor de
"Fitzcarraldo" (1982).
Cotação:
(bom)
A
cena final, em que o personagem de Kinski tenta desesperadamente puxar um
barco, é relatada no documentário "Meu Melhor Inimigo" (1999), que
trata da tempestuosa relação de trabalho entre Kinski e Werzog.
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