Crítica de filme - Moonlight: Sob a Luz do Luar
Moonlight: Sob
a Luz do Luar (Moonlight).
EUA, 2016. De Barry Jenkins. Com Trevante Rhodes, Naomie Harris e Mahershala
Ali. Drama. 110 min. Trajetória de um garoto negro e pobre, passando pela infância,
descoberta da sexualidade e vida adulta. Vencedor de três Oscar: melhor filme,
ator coadjuvante (Mahershala Ali) e roteiro adaptado.
Mesmo
com o prêmio de melhor filme na mão, há que se contestar “Moonlight”. Não que
seja um mau filme; não é. Porém, não vejo nele elementos que justifiquem a
premiação. Atuações, roteiro e fotografia são apenas medianos.
O
filme nos conta sobre Chiron, um menino pobre, negro, filho de mãe
solteira e viciada, da infância à idade adulta. Seu ritmo é pausado, lento, de poucos
diálogos e quase nenhuma ação. As falas e ações dos personagens soam muito
pensados. A narrativa é frágil; usa artifícios minimalistas que, se combinam
com a introspecção do personagem principal, deixam o longa arrastado. Sua
abordagem sobre a pobreza, violência, falta de perspectiva, drogas e
homossexualidade não é muito convincente; outros filmes abordaram
melhor esses temas.
O
diretor pretendeu fazer algo “mais artístico”, evitando, talvez, cair no
melodrama, e nesse sentido o filme pode agradar mais àqueles que gostem de um
estudo de personalidade. Mas, ainda assim, “Moonlight” poderia exteriorizar a
ideia – forte – de que “aquilo que não te mata, te deixa mais forte”, num certo
agradecimento àquele que te fez sofrer, mas ao mesmo tempo te ajudou, por ter
dado força para enfrentar as adversidades.
Na
trilha sonora toca a música “Cu-cu-ru-cu-cu Paloma”, na voz de Caetano Veloso.
Linda canção e interpretação marcante, que foram magistralmente aproveitadas por Pedro Almodóvar em
“Fale com Ela”, mas que, aqui, tiveram utilização meio sem nexo.
Cotação:
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