Crítica de filme: Como se Tornar o Pior Aluno da Escola
Como se
Tornar o Pior Aluno da Escola (Idem). Brasil, 2017. De Fabrício
Bittar. Com Carllos Villagrán e Danilo Gentili. Dois garotos do oitavo ano
encontram o livro “como se tornar o pior aluno da escola” e vão atrás do seu
autor. Comédia.
Meu
interesse por Como se Tornar o Pior
Aluno da Escola veio logo que vi o trailer e lá estava Carlos Villagrán – o
eterno Quico - gritando “cale-se cale-se!”. Pelo trailer, o filme não parecia
ser grande coisa, mas ao menos prometia diversão e uma oportunidade de ver
Villagrán, de quem sou fã. O resultado, porém, é constrangedor.
Constrangedor
porque as piadas são chulas e abusam de um termo regional (cabaço). Visando
destruir o politicamente correto, o filme faz piada com pedofilia e bullying
(péssimo momento, dada a tragédia na escola em Goiânia). Afinal, o filme é
baseado no livro homônimo de Danilo Gentili, comediante e apresentador, crítico
ácido do politicamente correto e para quem o comediante pode de tudo, porque só
fala merda.
Pior
que isso são as situações forçadas e mal conduzidas dos dois adolescentes que
de estudiosos passam a ser os piores alunos do mundo, pela influência do diário
e do seu autor, deixando louco o diretor da escola – interpretado por
Villagrán. Na verdade, o que domina não são piadas, mas meras opiniões de
Gentili sobre certas coisas, que ele – e somente ele – deve achar engraçadas.
Gentili
tem um desempenho sofrível como ator, assim como Moacyr Franco, que faz uma
ponta como o zelador da escola. A direção é artesanal demais e também não
contribui. Numa situação dessas, nem alguém carismático como Villagrán consegue
salvar o filme - e o Chapolin não está lá para ajudá-lo. Carlos Villagrán realmente
ajuda o filme, mas não é correspondido. O roteiro não dá espaço para seu
personagem sair do convencional, o que é uma tristeza.
Danilo
Gentili foi esperto e estrategista em trazer o intérprete do Quico para fazer
um filme no Brasil. Mas, a julgar o resultado do filme, essa deve ser a única –
e vexatória – incursão de Gentili no cinema.
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