Crítica de filme - JOGOS MORTAIS 2
Jogos Mortais 2 (Saw II). EUA,
2005. Direção: Darren Lynn Bousman. Com Erik Knudsen e Donnie Wahlberg. Sete
pessoas são presas numa casa e precisam enfrentar armadilhas mortais para
sobreviver.
Filme é perverso e grotesco
“Jogos
Mortais 2”, continuação do filme homônimo, trata daquela velha idéia típica do
cinema norte-americano: os serial killers. Só que dessa vez, o assassino em
série diverte-se vendo as pessoas morrerem se não decifrarem seu jogo e
seguirem suas regras. O serial, que está morrendo de câncer e tem pouco a
perder, prende sete pessoas (entre elas o filho de um policial durão) numa casa
fechada com ferro, cujo ar está contaminado por gás tóxico que mata em duas
horas. Em três horas, as portas da casa se abrirão. Mas, como parte do jogo,
ele deixou pistas para encontrar antídotos que evitem a morte pelo gás até a
abertura da casa. Só quem aplicar o antídoto, dessa forma, poderá escapar.
Lógico, sua busca envolve enigmas mortais, e daí vem o nome do filme.
“Jogos
Mortais 2” não é cinema, ou digo, é
cinema da pior qualidade. A fotografia escurecida e as imagens sujas de câmeras
digitais pretendem reforçar o clima de claustrofobia, horror e pesadelo
mórbido. O filme é o ápice de um grupo apoiado exclusivamente na violência,
cujo precursor é “Seven – Os Sete Crimes Capitais”, de 1995, péssimo filme, por
sinal. Passados 10 anos é preciso cada vez mais sangue e mortes mais horrendas
para causar choque. Ou seja, cada vez mais exagero para um público que está se
acostumando com tudo, de aviões que colidem com arranha-céus a explosões de
carros-bomba todos os dias num certo país do Oriente Médio...
O
início do filme pega carona em “Pânico” (1996), como tantos outros fizeram. A
cena inicial é terrivelmente macabra. Para se ter uma idéia do que estamos
falando, a vítima tem presa no seu pescoço uma máscara de ferro com os lados
internos forrados de pregos. Ela está aberta, mas se fechará dentro de minutos,
exceto se o cara encontrar a chave para retirá-la. Quer mais? A chave fora
introduzida dentro de seu próprio olho. Se foi com “O Silêncio dos Inocentes”,
de 1991, que os filmes sobre assassinos seriais lunáticos ganharam força,
percebe-se que o diretor desse aqui está longe de ser inventivo como Wes Craven
ou da categoria de Jonathan Demme.
Não
importa o quão inverossímeis sejam as situações. Importa chocar o espectador,
mostrar para ele pervesidade e sofrimento com viés masoquistas. O fato do
serial killer filmar tudo que ocorre dentro da casa só realça tal intenção
tétrica. Por essas e outras razões “Jogos Mortais 2” não é indicado para
pessoas que vêem o cinema como uma arte nobre.
Cotação:
Ä (ruim)
Assistido
em 09/11/2005, no Box Cinemas, em São Luís-MA
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