Críticas-pílula: C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor
C.R.A.Z.Y.
– Loucos de Amor (C.R.A.Z.Y.). Canadá, 2005. Direção: Jean-Marc Vallée.
Com Michel Côté, Marc-André Grondin e Danielle Proulx.
Neste filme
canadense, temos a história de uma família formada por pai, mãe e cinco irmãos
(todos homens) ao longo de 20 anos. Porém, o diretor se detém é na relação
entre o pai, Gervais Beaulieu (Michel Côté, ótimo ator) e o quarto dos cinco,
Zachary, talvez o mais especial deles. Mais ainda, Jean-Marc Vallée detém-se na
dificuldade do pai em aceitar a homossexualidade do filho, que tanto distancia
os dois.
Em Québec,
Canadá, do início dos anos 60 até os anos 80, vemos Zac crescer e os altos e
baixos da sua relação com seu pai. Os personagens são caracterizados conforme a
época e o lugar em que viviam, a meu ver excessivamente. A caracterização
marcante do tempo e lugar em que se passa a história, com suas músicas,
figurinos, cortes de cabelo e até carros e casas típicos deixam-na menos
universal. O amor de um pai pelos filhos e de um filho, em particular, por seu
pai, é atemporal e universal. Mas aqui deu-se muita importância ao espaço-tempo
(american way of life e características marcantes dos anos 70, como a música
explosiva, a maconha, o movimento punk...), o que diluiu o centro de interesse
do filme. A delimitação do espaço-tempo talvez advenha do fato da obra ser
claramente autobiográfica.
Ponto
positivo de “C.R.A.Z.Y.” é mostrar como, numa família, aquelas crianças unidas
em torno do pai e da mãe vão, aos poucos, ganhando asas e alçando vôo próprio,
normalmente cada um para uma direção diferente. Aí reside boa parte da beleza
do filme.
Cotação: êê (bom)
3 comentários
Poxa, apenas bom para o filme que é o que eu mais amo na face da terra??? snif snif snif. Bem, eu considero o filme espetacular tanto pelo roteiro, quanto em termos de linguagem cinematográfica. A narrativa é boa, a forma como a história se desenvolve, as interpretações. Além disso, acho a forma como o filme foi concebido, maravilhosa. A cena em que Zac cai ainda bebe, a cena da igreja em que Zac não se concentra na missa e fica imaginando coisas, a forma sutil como ele estabelece a forte ligação entre o Zac e o Pai, Gervais (ele e o pai vão escondidos comer batatas e Gervais deixa Zac se pendurar na janela do carro com um lenço na mão). Enfim, o filme tem vários momentos marcantes que mostram o quanto Zac e Gervais se amam, mas o pai, metido a durão, não quer dar o braço a torcer em prol desse amor que sente pelo filho porque se sente "traído" (não é bem essa a expressão que queria usar, mas acho que se encaixa).
ResponderExcluirApesar da marcações de época, de se tratar de um filme "datado", ainda assim eu o considero universal, pois como tu mesmo escreveste, o tema em si já o é. Acredito eu que um dos motivos (além de ser um filme autobiográfico) para datar as épocas é o fato da história se passar em um período em que era muito mais difícil para a família aceitar um filho homossexual, naquela época a mentalidade era outra, tanto que era mais fácil para Gervais (o pai) aceitar o filho drogado e vagabundo que o filho que ele mais amava, Zac. Mas ainda bem que tu achaste o filme pelo menos bom. Se tu tivesse postado ruim eu ia te bater, hehehehe.
Hoje em dia, infelizmente muitos ainda tem a mesma mentalidade do passado quanto ao homossexualismo. Acho que essa questão está muito mais mascarada do que superada atualmente, porém é notório que houve melhorias sim.
ExcluirSó um () kkkk, quase seria GONDIM o nome de Marc-André Grondin kkkk.
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