Crítica de filme: Annabelle 2 - A Criação do Mal



Annabelle 2 – A Criação do Mal (Annabelle: Creation). EUA, 2017. De David F. Sandberg. Com Anthony LaPaglia, Miranda Otto e Stephanie Sigman. Terror. Filha pequena de fazedor de bonecas morre num acidente. Anos depois ele hospeda meninas órfãs em sua casa e eventos estranhos acontecem.109 min.

 Êta boneca maldita!


Confesso que levei muitos sustos assistindo este Annabelle 2 – A Criação do Mal. Boa parte do tempo fiquei fazendo “janelinha” com as mãos, pra me proteger deles, ou melhor, preveni-los. Sim, sou medroso, mas o medo em Annabelle vem das bruscas aparições, mudanças de iluminação e aumento do som, e não do enredo ou clima do filme. Ele foi produzido para dar sustos, vendeu-se com essa obrigação e, talvez por conta disso, apegou-se a fórmulas fáceis e esqueceu-se de contar uma boa história e de forma decente.

O primeiro Annabelle (2014) fez sucesso, em parte pelo fato de ser baseado numa história real investigada por um casal de ocultistas, Ed e Lorraine Warren. Gerou então aquele tipo de continuação que não avança, mas volta ao princípio, para contar como tudo começou. Temos vários exemplos de continuações retroativas, por assim dizer, a maioria dispensáveis: O Exorcista: O Início, Planeta dos Macacos: A Origem e X-Men Origens: Wolverine.

No caso daqui, tudo começou com Invocação do Mal (2013), longa no qual a boneca possuída é apenas mencionada. A maldição ganhou um filme à parte em 2014, chamado Annabelle. E, três anos depois, temos este filme explicando a origem do mal presente na boneca. Tudo começa pelos anos 40, 50, quando a filhinha de um criador de bonecas morre num acidente. Doze anos depois, ele transforma sua casa em lar para meninas órfãs, e o mal oculto volta a se manifestar.


E dá-lhe sustos! Mas seus sustos soam forçados, programados demais. Não é que o filme não assuste – como pus no começo, assusta sim – mas é o típico susto feito de forma mais fácil, baseado em cortes rápidos e elevação da trilha sonora. Velhas fórmulas, como as luzes que acendem ou apagam misteriosamente, portas que batem, personagens que saem para investigar um barulho, etc., repetem-se à exaustão. Cria-se um “clima”, uma “situação”, para em determinado momento PÁÁÁÁÁ!!! – vir o susto. O filme repete tanto isso que até perde a graça. Não há nele aquele clima pesado, mórbido, como, por exemplo, vemos em O Exorcista e O Exorcismo de Emily Rose, ou no pouco conhecido filme australiano The Babadook. Quer uma história macabra, assombradora? Veja A Espinha do Diabo, de Guillermo del Toro, ou Viagem Maldita (a versão de 2006), de Alejandro Aja. Esses filmes assombram, te deixam meio mal, até meio perturbado, e seus efeitos prolongam-se à sala de cinema ou à poltrona da casa.

Em Annabelle 2 – A Criação do Mal, o mistério em torno da possessão é mal conduzido, o clímax mal trabalhado, os personagens desinteressantes e o elenco é fraco. Sobra sustos e falta um monte de coisa. O medo desaparece logo depois da sessão e é por isso que, como terror, assusta, mas não te deixa com medo.

Cotação:

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