Crítica de filme: A Liga Extraordinária




A Liga Extraordinária (The League of Extraordinary Gentlemen). Alemanha / Estados Unidos / República Tcheca, 2003. De Stephen Norrington. Com Sean Connery, Peta Wilson e Stuart Townsend. Aventura. No fim do século XIX, Allan Quatermain, Tom Sawyer, Capitão Nemo, Mina, Dorian Gray, Dr. Jekyll e o Homem Invisível precisam deter vilão que quer provocar a primeira guerra mundial. 110 min.




“A Liga...” é baseado numa história em quadrinhos que se vale de tremenda licença poética. Nela, famosas figuras da Era Vitoriana Inglesa – os “extraordinary gentlemen” do título - reúnem-se para pôr seus talentos a serviço da Sua Majestade e, assim, evitar uma guerra total entre as potências europeias. Isso porque um vilão fomenta rivalidades entre os países, interessado em lucrar com a venda de armas novas, tais como tanques de guerra e lança-chamas.

Se alguma graça poderia haver em reunir uma turma do “chá das cinco” para a ação, ela logo se perde em exageros e ação desenfreada. A ideia se esgota rápido, deixando o filme cansativo. “A Liga...”, aliás, envelheceu depressa, em parte pela enxurradas de licenças poéticas que surgiram depois – Van Helsing, Sherlock Holmes, João e Maria, os Irmãos Grimm e até, pasmem, Abraham Lincoln, receberam novas concepções!


Ainda valeria a ideia se aos personagens fosse acrescentado algo interessante. Mas isso não acontece e, pior que tudo, é a visão imperialista explícita do filme: no século XX que se inicia, o inglês Quatermain será substituído pelo norte-americano Tom Sawyer, numa clara alusão de que todo o mundo permanecerá submetido a uma ordem, guiada por gente “extraordinária”, “talentosa” e “progressista”.


É de pasmar.

Cotação:

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