Crítica de filme - Capitalismo: Uma História de Amor
Capitalismo:
Uma História de Amor (Capitalism:
A Love Story). EUA, 2009. De Michael Moore. Documentário. 127 min. Diretor
expõe os abusos do capitalismo que levou à crise financeira de 2008, em que
empresas enriquecem com ajuda do governo e pessoas pobres perdem suas casas.
Michael Moore barrado por segurança: Wall
Street o odeia
Michael
Moore (Tiros em Columbine, Fahrenheit 11 de Setembro) é figura
carimbada da esquerda norte-americana. Como corolário dessa sua atuação social,
seus filmes tem sido cada vez mais panfletos e menos cinema.
Neste,
o cineasta analisa as mazelas do capitalismo selvagem, com ápice na crise
financeira de 2008 nos Estados Unidos, em que o governo deu bilhões de dólares
a bancos para que não falissem, mas que, escandalosamente, pagaram a seus
executivos e acionistas bônus e dividendos. Ao mesmo tempo, o governo do
republicano George W. Bush cortou benefícios sociais e estimulou as pessoas a
se endividarem, num claro favorecimento ao grande capital.
O
filme tem pontos bons, como revelar o que certas empresas fazem. Algumas fazem
seguros de vida para seus funcionários, tendo elas mesmas como beneficiárias!
Assim, o Wal-Mart recebeu US$ 81 mil de seguro de uma empregada sua de 26 anos que
morreu, ao passo que sua família arcou com uma dívida de US$ 100 mil das
despesas médicas e funerárias! Em outro caso, a morte de um bancário rendeu, ao
seu empregador, mais de US$ 1,5 milhão! A viúva só soube disso porque recebeu,
por engano, uma correspondência da seguradora informando a apólice. Assim, que
ética é essa que faz empresas lucrarem com a morte de seus empregados? Ainda
mais: será que a empresa onde você trabalha tem algum contrato do tipo?
Mas,
a despeito disso, o diretor visivelmente força situações. A cena final, em que
ele enquadra Wall Street com uma cordinha da polícia indicando lá ser local de
crimes, deveria ser o “grand-finale”, mas é no máximo anedótica. Não se compara
com o golpe sutil (porém mortal) dado a Charlton Heston em Tiros em Columbine, nem com a imagem patética de George W. Bush, numa
escola, quando informado dos ataques às torres gêmeas em Fahrenheit 11 de Setembro.
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